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Entrevista com Gislaine Balbinot, diretora-executiva da Abag

29/08/2025
Entrevista com Gislaine Balbinot, diretora-executiva da Abag

Por: Gustavo Albuquerque

Visitamos a 24ª edição do tradicional Congresso Brasileiro do Agronegócio (Congresso da Abag).

Realizado no dia 05 de aqosto, no WTC em São Paulo, o evento reuniu lideranças do setor para discutir o atual cenário da economia diante das tarifas impostas pelo governo Trump, bem como, os novos desafios em tempos de IA.

Durante o evento, conversamos com Gislaine Balbinot, diretora-executiva da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG). Na conversa, Gislaine fala sobre o congresso e sua importãncia para o setor.

Confira a entrevista

Feiras do Brasil: Gislaine, estamos aqui no principal evento do Agronegócio Brasileiro, Congresso da ABAG. Conta pra gente o histórico desse evento e a importância dele não só para o setor, mas também para a economia brasileira.
Gislaine Balbinot - "É um evento que já está na 24ª edição, já é um evento tradicional no calendário do agronegócio brasileiro. E a nossa perspectiva durante os anos é sempre trabalhar temas transversais, onde o agronegócio possa ter perspectiva de melhora, perspectivas futuras de planejamento para as empresas. O que é possível melhorar dentro das condições que hoje a gente enfrenta de desafios para o setor no Brasil.

E nisso trazendo experiências de pessoas do próprio setor, mas também de outros setores que são importantes para a economia nacional. Hoje, por exemplo, nós estamos aqui trabalhando o tema agroalianças, buscando essa conexão entre os setores. É um setor amplo, é um setor complexo, com vários desafios e que precisa se integrar para poder vencer esses desafios em conjunto.

A busca de alianças também com organismos internacionais, porque nós estamos passando hoje por uma questão geopolítica complexa, delicada, com tarifas sendo impostas pelos Estados Unidos a muitos produtos nossos. E isso vem dificultando muito a comercialização dos nossos produtos e a abertura de mercados. O setor precisa se posicionar e se reinventar todos os dias, porque não é fácil você trabalhar com uma indústria, que é uma indústria céu aberto.

Os produtores rurais brasileiros são grandes heróis nesse processo e as agroindústrias são um pilar importante também desse segmento. Então a junção da produção com a indústria é fundamental nesse momento para que a gente vença essas barreiras."


Feiras do Brasil: Como é que vocês enxergam a IA dentro do agronegócio? Deve ser uma questão muito ampla, né?
Gislaine Balbinot - "Sim, mas é um novo momento nosso de investir em inovação. A IA vai vir para esse novo momento do agro, que é essa nova revolução verde que a gente precisa fazer.

Buscando tecnologia, ciência, inovação, foi isso que nos trouxe até aqui. Esses 50 anos de desenvolvimento do setor e é nisso que nós vamos ter que vencer agora os nossos novos desafios com muita tecnologia, muita pesquisa e muita inovação. Então não tem hoje como separar esse agronegócio inovador, moderno, porque a gente precisa ter a questão da sustentabilidade equilibrada com o desenvolvimento.

Então é esse o nosso desafio hoje de conseguir produzir com sustentabilidade. O Brasil vem conseguindo fazer isso com muita maestria. Diferentemente de outros países, nós temos ainda muita mata nativa preservada.

Muitos produtores rurais têm dentro das próprias fazendas. Então são grandes preservadores, inclusive até as nossas leis são rígidas, e que nos ajudam a aumentar a produtividade sem aumentar a plantada. E tudo isso é inovação, é tecnologia.

Hoje a gente tem tecnologia embarcada num grão de soja, não é só nas máquinas, mas todos os nossos produtos vêm coma uma tecnologia de inovação feita tanto no campo como na agroindústria."


Feiras do Brasil: E a importância de você reunir o principal ecossistema da economia brasileira, você trazer todo mundo aqui para São Paulo, qual é a importância da troca de experiências e o networking num evento tão qualificado quanto esse?
Gislaine Balbinot - "É um evento que reúne grandes lideranças do setor justamente buscando essa discussão, esse diálogo para que nós possamos criar possibilidades de encontrar saídas para os nossos problemas. O Brasil ainda tem grandes desafios, nós temos desafios de conectividade, nós temos desafios de logística, uma série de desafios, mas que a gente também já venceu muito no passado.

Para um país que importava alimentos na década de 70, e hoje é um grande exportador de alimentos para mais de 200 países no mundo, a gente conseguiu avançar. Então, nós vamos também agora tentar fazer com que nesses próximos 50 anos a gente tenha essa competência que a gente teve de chegar até aqui, um sucesso que a gente espera ter para os próximos anos para garantir segurança alimentar e energética, tanto para o brasileiro como para tantas pessoas, tantas famílias em outros países do mundo.

O Brasil pode contribuir com isso, ele tem potencial para isso, é um país de clima tropical e que tem a possibilidade hoje de fazer três safras ao ano, então nós temos muito potencial ainda de produção e de sustentabilidade, então são dois ativos nossos fundamentais, acho que é a vocação do Brasil, tanto em reservas de recursos naturais como na produção agrícola, que eu acho que é o nosso grande motor nessa jornada nossa econômica e de sustentabilidade do nosso país."


Feiras do Brasil: E por fim, quanto tempo de preparação para um evento desse e em 2026 já dá para dar um spoiler de novidade?
Gislaine Balbinot - "A gente vem sempre trabalhando temas que ficam interligados, ano passado nós discutimos a biocompetitividade, esse ano agroalianças, então são temas muito amplos, mas que tem todo um preparo.

Para isso são seis meses discutindo temas, quem são os panelistas, quem serão os nossos convidados e homenageados, a gente sempre faz duas homenagens no congresso e que é difícil depois você manter a qualidade sempre em um nível alto quando você começa a inovar, mas a gente vem nesse desafio já há alguns anos, sempre com essa perspectiva mesmo de trazer inovações, de trazer discussões que sejam relevantes e que façam as pessoas pensarem, não só naquilo que a gente tem como potencial, mas também naquilo que a gente precisa enfrentar como desafio.

Não dá para ter uma soberba de achar que está tudo certo, que o jogo está ganho, agora a gente viu como é frágil, como a gente pode hoje estar bem, está vendendo, está tudo certo e de repente no dia seguinte a gente leva uma surpresa, então se você não tem bases muito sustentáveis, fica difícil de você se manter e o mercado do agronegócio é isso, ele é muito volátil, a gente fica dependente de clima, às vezes de sol, às vezes de chuva, às vezes de seca, então é nesse ambiente de volatilidade que a gente enfrenta também os nossos desafios, tanto políticos como econômicos."


Veja algumas fotos

Entrevista com Gislaine Balbinot, diretora-executiva da Abag

Entrevista com Gislaine Balbinot, diretora-executiva da Abag

Feiras do Brasil foi mídia parceira do evento

https://congressoabag.com.br
 
* Gustavo Albuquerque é editor-chefe do portal Feiras do Brasil.
Engenheiro e jornalista, atua a quase 20 anos na geração de
conteúdo e informações voltadas ao segmento de feiras
 
 

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