Por: Gustavo Albuquerque
Estivemos no Youpix Summit 2025, evento volta ao mercado de Creator Economy, realizado no dia 29 de setembro no Transamérica Expo Center.
Conversamos com Rafaela Lotto, CEO da Youpix, organizadora do evento.
Confira a entrevista
Feiras do Brasil: Rafa, fala pra gente o que é a Youpix Summit 2025?
Rafaela Lotto: "Olha, ele é o encontro dessa coisa que a gente chama de creator economy, mas que fisicamente a gente está aqui reunido e mostra o tamanho que é essa economia.
Então ele é um encontro que a gente traz, a nossa intenção é trazer todos os players desse mercado, que cada vez tem mais players diferentes. Se a gente pensar, o Youpix Summit já foi um Youpix Festival, que era sobre creators, nem chamávamos creators, eram os youtubers reuniam para uma bagunça, tipo tinha campeonato de quem come mais hambúrguer no palco, era esse nível assim.
E o mercado foi evoluindo e as conversas foram evoluindo, então hoje ele é um encontro que estão todos os players, todas as plataformas, os creators, as marcas, startups, de alguma maneira quem é tocado por essa economia está aqui."
Feiras do Brasil: E aqui a gente vê, eu estou vendo um público muito jovem, ouvi vários sotaques aqui. Como é o mix do seu público?
Rafaela Lotto: "Acho que é o Brasil inteiro, né. Não sei se você viu que tem um painel que as pessoas colocam o pin de onde eles vieram. Eu não voltei lá agora, mas dá para ver lá a diversidade e eu acho que isso é muito um reflexo do nosso mercado.
Pegar um celular e começar a criar é um jeito democrático de empreender de alguma maneira. Então a gente não precisa estar aqui no Eixo Rio-São Paulo, na Faria Lima, para você criar um empreendimento que é empreendimento de conteúdo. Então acho que ele reflete muito, ele é diverso em todos os sentidos.
Sotaques, cores, em tipos de player, em tipo de conteúdo. É bastante jovem, claro, mas ele é também um mercado que cada vez tem mais gente diferente, mais players diferentes e mais empresas diferentes. Sim, eu sou suspeita, mas eu acho que é um evento muito especial por causa disso, inclusive.
Você não vai ver só gente igual, nem nos palcos, nem em lugar nenhum. Você deve ter percebido, você vai a bastante evento. Eu acho que você não deve ter ido a um evento ou a maior parte dos eventos que você vai tem um monte de homem branco no palco, certo? Aposto que sim, né? Então não é o nosso caso, você deve ter percebido.
É um mix, molecada, tem gente sênior com cabelinho branco que nem eu, assim, já. Então, assim, e essa riqueza dessa troca, né? E a importância de trazer pessoas que estão, que é creator e tal, na verdade, com um celular em algum lugar.
Como é legal trazer essas pessoas para se conectarem em um evento. Pensa que para surpreender quem cria cultura, que é essa galera, é difícil, né? Pensa que é a gente que consome o conteúdo deles, a gente que é surpreendido, eles que criam, eles que pensam, eles que fazem a gente rir, se divertir, chorar, aprender.
Para fazer um evento à altura disso, a gente tem que trazer eles para perto. Então acho que a primeira coisa que é, o nosso time é muito creator. Você vai ver a galera espalhada, está todo mundo criando conteúdo.
A gente traz o creator para decidir a pauta com a gente, a gente traz o creator para co-criar muita coisa com a gente. A nossa lojinha, ela foi feita por dois creators que são creators que fazem do-it-yourself no canal deles. Então eles que fizeram a lojinha.
As frases das camisetas que a gente está vendendo foram os creators que mandaram para a gente. Então, e é, como esse mercado funciona, como funciona uma publi para a E-bay? Co-criar, marca e creator. Como é que funciona o nosso evento para a E-bay? Co-criar.
Um pouco mais fácil, porque a gente é bastante creator dentro de casa, mas é, senta com o creator, senta com a marca, senta, tipo, o que vocês querem ouvir? E a gente pensa junto. Lógico, a gente que executa, mas a gente co-cria junto. E acho que esse é o segredo de ser legal assim."
Feiras do Brasil: Em relação ao cenário do creator aqui no Brasil, a gente está vendo uma questão de IA versus creator. Como é que você enxerga isso?
Rafaela Lotto: "É muito legal essa discussão, porque há uns dois anos atrás, a gente estava assim, um pânico, a IA vai substituir os creators. E eu acho que hoje a gente consegue ver nos assuntos, nas pautas que estão aqui rolando, é que a IA é um copiloto para o creator.
A IA, na mão de alguém com pouca criatividade, tem um efeito. Na mão de um creator criativo, ele faz coisas incríveis. Então, a gente está muito olhando para essa construção e como o creator está usando a inteligência artificial para ser copiloto.
E, muitas vezes, ele é um cara sozinho, ele é uma câmera. Então, ele não está sendo substituído, ele está usando esse cara de copiloto de equipe para ele. Multiplicando o formato, ajudando ele a criar, ajudando a pensar, discutindo até ideia.
Então, eu diria que a gente passou do pânico e agora todo mundo está interessado em como é que eu potencializo o meu trabalho com IA. Sem muito medo. Tem sempre alguém, né? Tipo, eu brinco que são aquelas, as Marcias Sensitivas, que todo dia prevê a morte de alguém.
Então, previram a morte de todo mundo, vai acabar com tudo. Cara, não acho. Acho que a gente está num momento bom de ver.
Sim, gente, mesmo que tenha alguém assim, criou um influenciador via IA e esse influenciador está bombando. Não, mas tem alguém, ser humano, ganhando dinheiro com ele. Então, talvez tudo bem, né? É isso.
Acho que é um copiloto com potencial. Acho que ninguém vai usar a inteligência artificial melhor do que os creators. E agora, para finalizar."
Feiras do Brasil: Quanto tempo de preparação para você entregar um evento como esse? E como você enxerga o legado que você vai deixar nesse evento?
Rafaela Lotto: "Eu diria que são 20 anos para fazer um evento como esse. Porque é a experiência da nossa vida para entregar isso daqui. Mas a gente começa a planejar um evento quando acaba o outro.
Então, a gente já sai daqui, já sabe os aprendizados. E tem, assim, ao longo do ano, tem algumas coisas que a gente pode decidir antes. Tipo, onde vai ser? Eu já vou fechar o contrato do ano que vem, semana que vem, no espaço que vai ser.
Agora, a curadoria é o que a gente quer deixar mais para frente porque é mais quente. Então, eu quero uma pauta mais quente, então ela fica mais próxima. Mas é um ano, a gente não para.
A gente tem um time só pensando nisso. Acabou aqui, a gente já está vendo aprendizado para começar o outro. E falando do legado, eu acho que é uma característica que a gente já conhece dos nossos eventos e que a gente sabe e tenta sempre reforçar as pessoas saindo daqui com um negócio feito, um network bom.
Tem cada história. Tem, assim, gente que arrumou emprego na fila. Tem gente que começou a criar porque foi impactado pela coisa.
Tem muita gente que vai para o palco e depois tem uma repercussão muito grande e cresce, enfim. Então, o legado é o que cada um pode levar daqui que vai melhorar a sua carreira, a sua vida. E é o que a gente veio construindo e o que a gente escuta depois, que é mudou minha vida.
Sem falsa modéstia, de verdade. Muita gente sai daqui inspirado e não à toa que o evento cresce sempre porque a gente traz mais gente para a gente contagiar."
Veja algumas fotos


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* Gustavo Albuquerque é editor-chefe do portal Feiras do Brasil.
Engenheiro e jornalista, atua a quase 20 anos na geração de
conteúdo e informações voltadas ao segmento de feiras
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