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18/07/2025 Entrevista com Alfredo Ohmachi, presidente do Keren, organizador do Festival do Japão |
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Por: Gustavo Albuquerque
Fomos conferir a 26ª edição do tradicional Festival do Japão, e conversamos com o presidente do Keren (entidade organizadora do evento), Alfredo Ohmachi.
A Keren é uma federação que engloba as associações de provincias do Japão no Brasil, e está localizada na Liberdade, icônico bairro ligado aos descendentes do país asiático.
Num papo bem descontraído, Alfredo contou um pouco da história do festival.
Confira a entrevista
Feiras do Brasil: Seu Alfredo, conta pra gente a jornada do Festival do Japão ... quantos anos de festival, os números, a evolução do crescimento e as novidades de da edição 2025.
Alfredo Ohmachi - "Bom, boa tarde, esse ano nós estamos na nossa 26ª edição.
Tirando os dois anos de pandemia, em que a gente não teve o evento, nós estamos basicamente há 28 anos com esse festival. Esse festival nasceu muito pequeno, modesto, com algumas associações de províncias, mas assim, pra contextualizar um pouco, o que são essas associações de províncias? São associações que representam cada província do Japão. Uma província, basicamente, é como se fosse o estado do Brasil.
Nós somos em 47 províncias e nós temos 47 associações, 47 kenjinkais, que é composto por descendentes que vieram, imigrantes, filhos, netos, bisnetos, e simpatizantes da cultura japonesa. Ela começou muito pequena, com duas ou três associações que se juntaram, começaram a fazer esse evento cultural, em princípio, depois virou gastronômico, e a coisa foi crescendo muito.
Começou na Marquise do Ibirapuera, depois foi no estacionamento do Banco Real, e já há uns 15 anos que a gente está aqui nesse local da São Paulo Expo, que hoje já é da GL Eventos.
Então, a gente cresceu muito, estamos ocupando uma área de 40 mil metros quadrados. No ano passado, a gente teve um público em torno de 180 mil pessoas, nos três dias, e acho que é um dos maiores eventos desse porte no mundo. Eu desconheço um evento que englobe tantas províncias, tantas variedades regionais de culinária e outras atrações em qualquer lugar do mundo.
Acho que o grande diferencial é que esse festival não é feito por uma empresa, por uma corporação, é feito por voluntários. As 47 associações, os integrantes, os associados, são voluntários que, em tributo aos seus antepassados, têm essa missão de perpetuar e divulgar a cultura dos seus antepassados aqui no Brasil. Então, isso é o que nos move.
Quase 15 mil voluntários, e não só membros da associação, são voluntários não nikkeis, não japoneses, que simpatizam com esse nosso modo de encarar a vida, de doar um pouco do seu tempo em prol de um bem maior, e chegamos nesse evento maravilhoso."
Feiras do Brasil: E hoje o Festival do Japão é um evento já icônico na cidade de São Paulo, que transcendeu a colônia japonesa e se espalhou. .Qual foi o desafio, qual o tempo que vocês tiveram que trabalhar para fazer essa edição em 2025?
Alfredo Ohmachi - "É que nem o carnaval, terminou uma edição, no dia seguinte a gente já começa a próxima. E vem pessoas, já também transcendeu só o pessoal da cidade, da capital, vem bastante gente interior, né? Vem bastante gente interior, nós estamos com quase 60 caravanas aqui, com acima de 400 quilômetros de distância daqui. E esse Festival do Japão, ele serviu de inspiração para outros festivais do Japão que estão fora de São Paulo, né? Nós estamos aqui com o pessoal de Salvador, tem Festival do Japão em Minas, tem Festival do Japão em Recife, tem Festival do Japão em Porto Alegre, tem Festival do Japão em Campo Grande, né? E todos eles se inspiraram nesse festival.
E até em Manaus. E todos eles vêm todo ano aqui ver o que a gente está fazendo. É o intercâmbio.
É o intercâmbio, eles falam copia, eu falei copia sem dó, pode copiar!"
Feiras do Brasil: E vocês já estão trabalhando com alguma estimativa de público?
Alfredo Ohmachi - "Esse ano como a gente está comemorando os 130 anos do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre Brasil e Japão, a gente está com várias atividades, vários eventos nacionais e internacionais. Juntando duas culturas, Brasil e Japão. Vai ser bastante interessante.
E a gente espera que, pelo menos, a gente atinja o que a gente atingiu ano passado, que foi 180 mil. Não porque a gente não tem capacidade de receber mais, entende? Esse é o grande problema."
Feiras do Brasil: E qual vai ser o legado dessa edição?
Alfredo Ohmachi - "O legado dessa edição é o que representou esses 130 anos para o Brasil. O que a imigração japonesa está deixando de marcas na cultura japonesa.
Então, hoje a gente sabe. E isso que, cada vez mais, não descendentes de japoneses começam a admirar, começam a seguir, isso é um grande legado. A gente fala que o Brasil... Muita gente fala que a população nikkei, que são os imigrantes e seus descendentes, está em torno de 2 milhões e meio, mais ou menos.
Eu já não acho isso. Porque, para mim, a comunidade japonesa, a comunidade nikkei, ela é composta pelos simpatizantes também.
Então, eu acho que a gente já tem mais de 10 milhões de japoneses, de nikkeis aqui no Brasil."
Veja algumas fotos


https://www.festivaldojapao.com" |
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* Gustavo Albuquerque é editor-chefe do portal Feiras do Brasil.
Engenheiro e jornalista, atua a quase 20 anos na geração de
conteúdo e informações voltadas ao segmento de feiras
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