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Entrevista com Rolf Pickett, CEO da Messe München Brasil

03/07/2025
Entrevista com Rolf Pickett, CEO da Messe München Brasil

Por: Gustavo Albuquerque

Estivemos na 2ª edição da IFAT Brasil, promovida pela Messe München Brasil.

Durante a visita guiada para a imprensa especializada, conoversamos com o CEO da Messe München, Rolf Pickett.

Confira a entrevista

Feiras do Brasil: Rolf, conta pra gente o que é a IFAT e a história dessa feira.
Rolf Pickett - "Bom, a IFAT surgiu na Alemanha, na cidade de Munique, em 1966, como uma feira regional para água e esgoto, para resolver os problemas daquela região, da Baviera.

E ela foi crescendo, foi englobando outros setores, e hoje, em Munique, ela é a que é. Mais de 400 mil metros quadrados de feira, o mundo inteiro se encontra ali. E, num certo momento, a Messe München partiu para uma internacionalização dos seus eventos. Hoje, a gente tem 12 eventos ao redor do mundo, 4 na China, 2 na Índia, o da Alemanha, obviamente, na Turquia, na África do Sul, Singapura, nós aqui no Brasil.

E, ano que vem, vai ter a primeira edição de uma feira na Arábia Saudita. Aqui no Brasil, a gente enxergou um potencial tremendo para a gente estar ajudando a alavancar as tecnologias ambientais como um todo, não só em municipalidades, mas em indústrias também, que necessitam ali as suas soluções ambientais. E estão muito felizes com a recepção, com a receptividade, tanto dos expositores como também dos visitantes, no sentido de a gente estar proporcionando uma plataforma onde os demandantes encontram, demandantes por tecnologias ambientais encontram ali as soluções.

Uma feira também, uma plataforma onde existe uma troca de conhecimento muito grande via congressos, networking e, obviamente, negócios. As nossas feiras têm essa característica realmente de movimentar negócios, negócios são feitos. Na primeira edição, você tinha já comentado antes como lançou o negócio, na primeira edição, depois uma pesquisa que a gente fez com expositores após a feira, a gente identificou que foram iniciados 500 milhões, quer dizer, praticamente meio bilhão de reais em negócios.

Essa feira nós não sabemos ainda, a gente vai fazer uma pesquisa aí ao final da feira, mas eu não imagino que fique abaixo disso, mas os números exatos a gente vai estar divulgando depois."


Feiras do Brasil: Em relação a expositores e público, vocês já estão trabalhando com alguma expectativa? Eu vi bastante gente de fora, imprensa de fora, qual é o perfil do seu visitante aqui?
Rolf Pickett - "Olha, nós temos aqui mais de 200 marcas expositoras, essa edição aqui já está 50% maior que a edição passada, é um orgulho tremendo nosso com relação a isso. Visitantes também, eu não quero arriscar o número aqui, a gente vai fazer o fechamento disso depois da feira, a gente vai divulgar depois desse fechamento feito, mas andando pelos corredores você escuta a nossa portuguesa, você escuta muito espanhol, você escuta inglês, isso é muito bacana, porque um dos nossos grandes objetivos realmente é a regionalização dessa feira, focando principalmente na América Latina.

A gente fez para a edição passada e também para essa, antes da feira, um road show, visitamos vários países aqui na América Latina, nessa última edição foram sete países aqui na América Latina que a gente visitou, apresentando a feira, propondo delegações para os nossos parceiros, nós temos representantes nesse país, propondo a formação de delegações para que visitantes desse país venham para cá conhecer as soluções que aqui existem."


Feiras do Brasil: A gente sabe que hoje a demanda de tratamento de água, de esgoto, saneamento, a água hoje vai ser um ativo, hoje e no futuro será um ativo muito importante, e as soluções aqui da feira, o que está trazendo de novidade?
Rolf Pickett - "Olha, existe um, é interessante, a gente tem uma gama aqui tremenda, porque a gente sabe que precisa ser feito muitas vezes o básico, a gente tem 50% de perda de água entre a eta, onde a água é tratada, até o destino final nas casas, 50%. Então, assim, existem coisas básicas a serem feitas, então, obviamente, nós temos soluções básicas aqui também, porque agora a gente tem também muita inovação.

Então, a gente identifica aqui, a princípio, três inovações bem interessantes. A primeira delas é a questão da introdução da inteligência artificial nos processos, e tanto água como drenagem, resíduos, por exemplo, na água, sensores que medem certas qualidades da água, do esgoto, que estão interligados com sistemas de inteligência artificial que interpretam, calculam, interpretam e tomam ações específicas. A gente vê também a parte de resíduos, a inteligência artificial, por exemplo, utilizada na melhoria da rota da ecoleta, na triagem de resíduos, e também na própria drenagem, com modelos que utilizam a inteligência artificial para identificar, prever desastres e que a cidade possa se preparar para eventuais enchentes, enfim, ou algumas outras. São necessidades da administração da municipalidade.

É, eventos climáticos extremos, como a gente viu no Rio Grande do Sul, por exemplo, aí a Poli está ajudando nisso. Uma outra novidade que a gente vê, que é bem bacana, que é a utilização de robôs, principalmente na questão de inspeção de dutos. São robôs com sensores e câmeras, que entram nos tubos e identificam vazamentos, entupimentos, etc.

Também a questão da geração de energia a partir de resíduos. Falando principalmente do biometano, biometano gerado a partir do tratamento de esgoto, a partir do lodo, ou a partir da decomposição de resíduos orgânicos.

Não sei se vocês se lembram da apresentação do doutor Pedro Maranhão, da Abrema, ele citou, ele colocou uma expressão ali que eu não esqueço, ele falou assim, olha, cada aterro é um poço de petróleo, de biometano. E a gente vê isso inicializando agora. Alguns aterros já têm a captação, mas existem vários postes de petróleo aí, entre aspas, que podem ser explorados.

E o próprio waste to energy. O waste to energy é algo que está começando aqui no Brasil ainda, mas eu vejo como bastante promissor também, que é basicamente você queimar o resíduo, e gerar, você queima, esse calor ele gera vapor, já o vapor ele gira turbina, que gira o gerador e gera energia elétrica, é basicamente como você falou isso. Uma coisa interessante que eu ouviu um comentário seu durante a visita técnica, é a questão da geração de conhecimento, até para gerar uma mão de obra qualificada para esse setor."


Feiras do Brasil: Vocês posicionaram feira como um hub de conhecimento?
Rolf Pickett - "Olha, a gente faz uma divulgação, via nossa equipe de marketing, para atender todos os públicos. Não só empresas demandantes de soluções, mas para todos os profissionais do setor, entusiastas do setor, e a gente tem certeza que muitas das pessoas estão aqui presentes e podem se inspirar a estarem seguindo essa carreira, por exemplo."

Feiras do Brasil: E a gente sabe que toda a feira é um desafio, e terminada essa, aqui já vai começar o planejamento para a próxima edição em 2027? Teremos novidades?
Rolf Pickett - " Com certeza, na verdade é 2027, a feira é a cada dois anos, a gente lançou em 24, a gente entendeu que era uma jornada de oportunidade, tínhamos que lançar, mas a gente também, mas já desde o início nós sabíamos que ela tinha que acontecer a cada dois anos, mas a gente tinha que ir para anos ímpares para não coincidir com a IFAT Munique."

Entrevista com Rolf Pickett, CEO da Messe München Brasil  Entrevista com Rolf Pickett, CEO da Messe München Brasil

Veja os números da IFAT Brasil 2025

- 230 expositores de 11 países apresentaram soluções em 22 mil m² de área
- Com dois palcos temáticos, apresentações técnicas, de startups e ao vivo, o evento contou com 79 horas de conteúdo e 217 palestrantes
- Evento foi palco de pavilhões internacionais e palestras de autoridades governamentais

https://ifatbrasil.com.br
 
* Gustavo Albuquerque é editor-chefe do portal Feiras do Brasil.
Engenheiro e jornalista, atua a quase 20 anos na geração de
conteúdo e informações voltadas ao segmento de feiras
 
 

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